segunda-feira, 27 de julho de 2009

Morte & Vida

Visitava-a duas vezes por ano: no Natal e na Páscoa. Família adquirida, o que fazia dela minha tia-avó. Não existiam laços ou quaisquer outro tipo de sentimentos. Era apenas isto, uma visita bianual de 15 minutos, ao lar onde vivia. Foi hoje o funeral, aos 80 anos. E os funerais servem para nos lembrar da nossa mortalidade, da mortalidade dos que amamos e dos funerais aos quais desejávamos nunca ter ido. É sempre triste e deprimente: os senhores da funerária vestidos de luto, o odor intenso das flores, o som das pás e o fim, que não é o fim, porque o corpo continua debaixo daquela terra toda. Não percebo este ritual de se enterrarem os corpos. A cremação parece-me muito mais digna para os que partem e mais tranquilizadora para os que ficam, ainda que seja sempre difícil lidar com a morte.

A minha única perda foi o meu Avô Alfredo. Foi o maior choque da minha vida. Ele não era um avô, era o Meu Avô. Um homem delicioso que me marcou profundamente. Espero que um dia o meu pai e o meu sogro estejam à altura do Alfredo, da sua entrega e do seu amor incondicional. E acho que é isto a nossa maior prova de vida: semear e deixar raízes de amor.

Talvez seja isto a vida eterna: vivermos para sempre no coração dos que deixámos.

4 comentários:

A Minha Essência disse...

Já sabes amiga, do que precisares...

Kiss

Incógnita disse...

...

Beijos, amiga!

ZZzzzzzzzz disse...

que bonito post...
beijo
t.

sophiarui disse...

(...)

"tudo passa... só o amor permanece" Chiara Lubich

abraço bom linda