quinta-feira, 14 de maio de 2009

26

Não se pode ter 26 anos para sempre!

E há 26 anos, eu, no alto dos meus 3 anos e meio aguardava por ti. E desde então que é uma espécie de amor incondicional. Não me lembro de existir antes de ti. As minhas memórias começam contigo na barriga da mãe, quando te vi a primeira vez e ao teu cocó amarelo. Não percebo as crianças que sentem ciúmes dos irmãos mais novos: tu nunca me tiraste nada, pelo contrário, deste-me um lugar. O lugar de irmã! Bem sei que o confundi muitas vezes com o lugar de mãe e como isso te irritou, te aborreceu. Sei também que passámos por brigas, gritos, palavrões, que te fiz rabiar, chorar e que a adolescência acentuou as nossas diferenças. Voltaria atrás, caso fosse possível, só para que nunca tivesses duvidado da importância que tens para mim. Tu não sabes, mas dar-te-ia os rins, os pulmões, a traqueia, o útero, o cérebro (se calhar não querias), a vida...

Hoje, no alto dos meus 29 anos e meio, sinto um orgulho imenso e uma admiração louca por ti. E não é apenas uma questão de sangue. É olhar-te e ver a mulher linda que te tornaste, a forma equilibrada e inteligente de seres, a sabedoria e maturidade como vives, a pureza dos teus gestos, o afecto que demonstras nos pequenos detalhes, a tranquilidade com que procuras e estabeleces o teu espaço no mundo.

A ti, minha querida, parabéns (muitos) pelos 26 e pelo que sabes ser.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A questão da maternidade

O post da minha querida C. e o programa que ela refere deixaram-me um amargo de boca.

Estou quase a chegar aos 30 e o projecto maternidade mantém-se adiado. Porquê e para quê, pergunto-me. E sim, já não há dúvidas que é um projecto, que é um querer, uma vontade própria e partilhada. Mas mesmo assim vai-se adiando, como se houvesse todo o tempo do mundo. E o tempo todo do mundo são 5 anos, mais coisa, menos coisa. E ainda existe este fantasma da infertilidade: e se quando quiser, se quando finalmente decidirmos não for possivel? E se não conseguirmos? E se por outro lado, o bebé não nascer saudável, se as coisas não correrem bem? Medooooo.

O meu pai tem uma frase muito sábia "dois proveitos não cabem dentro de um saco estreito". E o reverso da medalha do planeamento familiar (trezentas vénias a quem inventou a pílula) é que torna demasiado racional a decisão de se ter filhos.

A decisão de deixar de tomar os comprimidinhos é uma responsabilidade do caraças. Este gesto em consciência obriga a uma reflexão profunda: haverá estabilidade financeira para o criar, haverá maturidade para aceitar as inevitáveis alterações da vida, será que um filho me impedirá de concretizar outros voos, estaremos preparados para este papel, será que o trio afectará a dupla (...) São questões complexas e só haverá resposta depois de se vivenciar. Têm-me dito que o melhor é não pensar muito, porque se pensarmos muito então nunca nos decidimos. Também há aquele mito do relógio biológico. Durante muito tempo achei de facto que iria sentir literalmente um tic-tac, só não sabia se seria na barriga, na cabeça ou no coração. Já desisti!

A pressão social não me afecta minimamente e para falar verdade nem me aborrece propriamente. A sentir pressão é mesmo desta condição de iogurte: com prazo de validade limitado.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Contagem decrescente...

Faltam precisamente 11 dias para rumar a Viena de Áustria. Um mimo para festejar dois anos de aliança no dedo. Um presente para descansar e sair deste rengue-rengue do dia-a-dia que às vezes sufoca. Mentalmente já iniciei a viagem, faltam os preparativos: pesquisar os locais a visitar, ler resmas de fóruns à procura de informações complementares, inteirar-me da gastronomia local...e esperar que chegue depressa a partida.

Vivam as lowcost!!!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Apontamentos II

Temos a certeza que Portugal é um pais exótico quando vamos à feira com 3 dinamarquesas. É que as meninas descobriram um mundo novo. Para além da descoberta das favas e das nêsperas, a animação de rua foi o clímax da visita. É que os nossos ciganos sabem fazer a festa e ainda por cima têm goelas rijas.

E para que não restem dúvidas, deixaram escrito: "Thank you for showing us the spirit of Portugal".

Apontamentos I

Num refeitório escolar:

Eu:
Então e tu, porque é que não comes a sopa?
Rapazinho dos seus 8 anos:
Porque eu sou Altista e os Altistas não comem isto!
Eu:
(a disfarçar o riso) Então, mas o João também é "Altista" e está a comer a sopa.
Rapazinho:
Mas o João é mais do que eu!

Que tal se ensinassem primeiro os miúdos a falar português e só depois os rotulassem, ah?

Doméstica em part-time

Quando eu era adolescente ralhava com a minha mãe que passava ora o sábado, ora o domingo a limpar a casa, a passar a ferro, a cozinhar para a semana. Fazia-me confusão que não aproveitassem o fim de semana, para passear, para sair, para descansar. Mal sabia eu que os gestos, qual herança genética, acabam por se repetir. E lá estive eu no domingo, a seguir ao almoço em família e com o tempo cronometrado, a aspirar a casa, a limpar casas-de-banho, a pôr roupa a lavar, a arrumar os casacos espalhados. E a saga continua, porque é preciso estender a roupa, apanhá-la, passar a ferro, pensar no que será o jantar e fazê-lo. Claro que as tarefas são partilhadas mas só quem tem 2 cromossomas x é que se aflige com o facto de a vida doméstica não estar em ordem.

Por isso, tomei uma sábia decisão e voltei a contratar os serviços da engomadoria. Estamos em crise e é preciso poupar, mas a minha sanidade mental vale mais. Já que não me dá "jeito" ter uma Maria 2 x semana, ao menos que tenha um Zé Manel a trazer-me a roupa passada.

Sempre se pode considerar um upgrade geracional (valha-nos isso)!