segunda-feira, 23 de março de 2009

Hoje come-se amor...

Há 6 anos demos o nosso primeiro beijo.
Há 6 anos ouvi-te falar dos gregos durante mais de 2 horas.
Há 6 anos comemos indiano e bebemos tinto alentejano.
Há 6 anos vestia uma camisola azul turquesa.
Há 6 anos a noite cheirava a flores e o vento corria fresco.
Há 6 anos abraçaste-me e foi nesse instante que o meu coração se encheu.

E desde então o meu coração vive cheio: de um amor inteiro e visceral.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Pão com menos sal

O parlamento anda inspirado e aprovou recentemente um projecto lei que estabelece que "o teor máximo permitido para o conteúdo de sal no pão", seja de 1,4 gramas por 100 gramas de pão. Eu cá aplaudo: assim como assim, não costumo discutir com o padeiro a quantidade de sal que ele se lembra de pôr no pão.

Claro que algumas pessoas sensíveis já se manifestaram: atentado contra a liberdade individual, paternalismo exacerbado do estado, etc e tal. Não há necessidade de tanta indignação! Gasta-se tanto dinheiro em prevenção rodoviária e as mortes causadas por doenças cardiovasculares são exponencialmente maiores. Esta medida não custa dinheiro e ninguém vai deixar de comer pão por uma redução de sal de 25%. O paladar habitua-se e pode ser, pelo menos, que ajude a poupar nos medicamentos para a hipertensão.

Verdade seja dita: enquanto discutem o teor de sal no pão, não chamam nomes feios uns aos outros.

sábado, 14 de março de 2009

Gran Torino

Saciada e cheia por dentro! Saí da sala assim, agradecendo ao Clint pela vibração, pelas gargalhadas e pelo soluçar inesperado no final (e juro que não estava no período critico do mês).

Num mundo que não é para velhos, este homem insurge-se e faz-nos mesmo acreditar que a velhice é somente um estado de alma.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Conversa no cabeleireiro...

Pessoa: ... a minha filha anda na escola da frente...
Eu: Na escola primária?
Pessoa: Sim, sim...
Eu: Ah, e a comida da escola é boa?
Pessoa: (com ar muito afectado) Ah, a minha filha não come lá! Ela é muito esquisita e eu prefiro que ela coma no colégio.
Cabeleireiro: Pois, a qualidade não deve ser muita...
Pessoa: Não, parece que qualidade tem, têm uma dietista que faz as ementas e indicam o valor calórico e tudo. As ementas é que são esquisitas: dão douradinhos com batatas cozidas e um peixe esquisito, um tal de fogonero, que eu até fui pesquisar à internet e não encontrei nada... mas a diferença de preço é grande, que eu no colégio pago 7€ pelo almoço e na escola são 1,50€.
Eu: Pois...

E assim vemos o nosso trabalho ser avaliado no cabeleireiro.

Se calhar devia ter esclarecido aquela mãe: que os douradinhos se dão, às vezes, com salada russa (que leva batata, cenoura e ervilhas) e que o "fogonero" é servido em filetes e que bastava uma simples pesquisa no google para ficar esclarecida. Mas ela parecia tão contente por pagar quase 7x mais pelo almoço da filha, que não tive coragem de a contradizer...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Insatisfação crónica

Eu gosto de andar a 1000 à hora. De fazer jus ao género feminino e fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ter uma vida agitada, a agenda preenchida, sentir os neurónios em ebulição, gerir os diferentes papéis que assumo dependendo da hora do dia.

Quando não tenho isto, sinto-me inútil. Quando a minha vida anda assim, sinto-me cansada, com uma preguiça danada e só me vem à cabeça a expressão de uma bisavó que não conheci, mas que a família fez questão de manter viva: “Ai menina, tinha tanto para fazer que me deitei!”
Bisavó Adelina serão os genes, ou serei eu uma eterna insatisfeita?

terça-feira, 3 de março de 2009

Henrique, Henrique...

Caiu o pano, arrumaram-se as tralhas, limparam-se os vestígios de Henrique IV e fechou-se a porta com o sentimento de missão cumprida. Fim!

Agora só resta arrumar o vazio em nós, resolver esta nostalgia que sempre fica quando se acaba o que é bom e esperar que a memória se ocupe dos momentos que não queremos esquecer.

E eu não me esqueço: da ex-sempre-matilde a rodopiar à minha volta e da pena que tive de não ter sabido estar à altura, das pizzas engolidas no chão, da cumplicidade com o Carlo, da vertigem da estreia, de ter deixado o público a bater palmas tempo a mais, de ter sentido inicialmente uma antipatia pela personagem/pessoa e ter adorado a pessoa/personagem, da notícia de duas feijocas a germinar, de ter descoberto uma história de amor na escadaria, dos desmaios histéricos e deliciosos da minha querida e sonsa Frida, da partilha de todos estes momentos com o Sr. produtor…

São estas interacções que permitem que os dias sejam de outras cores que não o cinzento.