sexta-feira, 8 de maio de 2009

A questão da maternidade

O post da minha querida C. e o programa que ela refere deixaram-me um amargo de boca.

Estou quase a chegar aos 30 e o projecto maternidade mantém-se adiado. Porquê e para quê, pergunto-me. E sim, já não há dúvidas que é um projecto, que é um querer, uma vontade própria e partilhada. Mas mesmo assim vai-se adiando, como se houvesse todo o tempo do mundo. E o tempo todo do mundo são 5 anos, mais coisa, menos coisa. E ainda existe este fantasma da infertilidade: e se quando quiser, se quando finalmente decidirmos não for possivel? E se não conseguirmos? E se por outro lado, o bebé não nascer saudável, se as coisas não correrem bem? Medooooo.

O meu pai tem uma frase muito sábia "dois proveitos não cabem dentro de um saco estreito". E o reverso da medalha do planeamento familiar (trezentas vénias a quem inventou a pílula) é que torna demasiado racional a decisão de se ter filhos.

A decisão de deixar de tomar os comprimidinhos é uma responsabilidade do caraças. Este gesto em consciência obriga a uma reflexão profunda: haverá estabilidade financeira para o criar, haverá maturidade para aceitar as inevitáveis alterações da vida, será que um filho me impedirá de concretizar outros voos, estaremos preparados para este papel, será que o trio afectará a dupla (...) São questões complexas e só haverá resposta depois de se vivenciar. Têm-me dito que o melhor é não pensar muito, porque se pensarmos muito então nunca nos decidimos. Também há aquele mito do relógio biológico. Durante muito tempo achei de facto que iria sentir literalmente um tic-tac, só não sabia se seria na barriga, na cabeça ou no coração. Já desisti!

A pressão social não me afecta minimamente e para falar verdade nem me aborrece propriamente. A sentir pressão é mesmo desta condição de iogurte: com prazo de validade limitado.

4 comentários:

A Minha Essência disse...

Miga, é um debate que tem varios contornos e que só a própria pode saber, decidir e concretizar....
Os porquês só confudem a nossa mente, a racionalidade então nem se fala....Se formos pensar na crise então esquece!!!

Só de digo uma coisa,(experiência própria) é a melhor coisa da vida!

Bjocas

Incógnita disse...

Amiguinha, na minha modesta opinião, a questão é saber se se quer ou não ter filhos.
Se não queres, então colocas um ponto final na história.
Se queres, o melhor mesmo é «não deixar que seja o último eletrodoméstico lá de casa».
Se pensarmos bem, nunca teremos a estabilidade financeira que queríamos, nem nos sentiremos capazes de ser mãe e pai.
E sim, o prazo de validade é que nos "lixa"!

Anónimo disse...

Também acho que é a coisa mais importante de uma vida!!! E ás vezes, cabem sim - cabem dois proveitos num saco estreito (a mim couberem 2 coisas maravilhosas.
A racionalidade é boa, mas moderada. Que vença a alegria!!!

Eu disse...

Aproveita a Austria!!!! ;-)